domenica 14 gennaio 2007
Sob proteção da Justiça
11:15 | 
Pubblicato da
Paulo Pavesi |
Segundo a Agência Estado, pelo menos 40 Deputados Federais, dos 244 novos que tomarão posse em Brasília respondem processos na justiça. As autoridades lavam as mãos e dizem que o problema é que o povo não sabe votar. Eu não concordo. O povo vota de acordo com as informações que recebe.
As emissoras de TV, Globo, Record, Sbt deram ênfase aos programas miseráveis do presidente e vitaram falar por exemplo sobre o que de fato aconteceu à Celso Daniel, cuja família se esconde hoje na Itália para não seguir o mesmo caminho do ex-prefeito. Lula foi reeleito, mesmo atolado num mar de lama. Se mostrassem a verdade, sem medo de perder a concessão de canal de tv público, sem prejudicar ou beneficiar qualquer partido, acima de qualquer interesse, seria impossível que ele conseguisse.
Não somos esquerda, direito, centro. Somos Brasil.
Não somos Lula ou Alckmin. Somos Brasil.
Não somos nada. Somos Brasil.
Mas é verdade também que Lula não contou apenas com a imprensa, e nem foi só Lula quem obteve vantagens. A cúpula toda do PT se deu muito bem. Cuecas foram ignoradas. Maletas brotaram dinheiro dentro do hotel depois de entrarem lá vazias para a compra de um dossiê, que de falso, aliás, não tem nada.
Lula e toda a sua galera, contaram muitas vezes com a justiça. Justiça federal, estadual e se bobear até a justiça desportiva. Habeas Corpus permitiam aos acusados mentirem. Alguns até zombavam de nós em seus depoimentos. O "estado de direito democrático", foi diversas vezes invocado para salvar mafiosos. Mas quando o direito é do cidadão, o tal "estado de direito democrático" quer mais é que você arrebente.
Justiça no Brasil é para quem paga, e não para quem tem direito. Se os direitos fossem respeitados, não precisavamos de justiça. Direito não se discute. Se cumpre. Pelo menos no países mais civilizados.
A justiça não ajuda só com habeas corpus. Ela também decreta "sigilo de justiça" o que faz com que todos os brasileiros não tenham acesso a um determinado processo, sem justificativa plausível. Aprendi que os processos são públicos, mas não aceita expôr quem tem dinheiro.
Uma senhora roubou um vidro de shampoo outro dia. Foi noticiada e exibida como troféu em todas as emissoras de tv. Foi condenada. Foi presa. Foi humilhada. E teve que aceitar a defensoria pública como seu advogado.
Alguns políticos matam, roubam, sonegam impostos, grilam terras, mantém o trabalho escravo e quando surge um processo, este imediatamente passa a ter o status de "sigilo de justiça". Ninguém mexe. Ninguém põe a mão.
É graças a este "sigilo de justiça" que alguns brasileiros se enganam e votam naqueles que estão enrolados até o pescoço com o crime.
Por brigar com o ministério público federal e polícia federal pois estes protegeram os assassinos do meu filho, eu fui processado criminalmente. Os assassinos - que são médicos "importantes" - juntaram-se ao procuradores de Belo Horizonte e a um delegado de Polícia Federal de Varginha, cujo concurso de sua admissão fora fraudado, e jorraram processos em cima de mim.
Todos queriam que eu calasse a boca. O Ministério Público desejava que eu fosse submetido a um exame de sanidade mental, assim como queriam submeter Roberto Jéfferson e o dono do restaurante da câmara que denunciou a extorsão que sofria do presidente da câmara. No Brasil, quem denuncia é louco. Os acusados - na maioria das vezes salafrários picaretas - se tornam as verdadeiras vítimas.
Na CPI FEDERAL aberta para apurar a morte do meu filho, procuradores mandavam intimidações enquanto eu estava depondo. Uma tentativa de me desestabilizar. Não conseguiram. A CPI comprovou e indiciou médicos e o MPF mais uma vez abafou!
Os processos contra mim, não tinham segredo de justiça. Era possível acessá-los pela internet e ver as acusações e demais informações. Em um deles inclusive sequer constava "Calúnia e difamação". Diziam que era "Estelionato" para dar um certo ar de golpista a minha pessoa. Já contra os assassinos do meu filho, eu estou proibído de ter acesso ao processo que julga o que fizeram a ele.
Portanto, voltando ao tema principal, não é possível votar certo se a justiça não nos deixa saber de verdade quem é quem.
De qualquer forma, acho que o presidente deve estar se sentindo em casa. Deve ser bom para ele saber que os novos deputados da casa, nem assumiram, mas já demonstram ter afinidades.
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