mercoledì 26 agosto 2009

Nunca podemos esquecer o passado.


No Brasil um escândalo cobre outro. São tantos que não é possível acompanhá-los. E com isso, os que cometem os escândalos sabem que quanto mais, melhor. Os brasileiros nem se lembram do assunto que vou escrever agora, mas eu resolvi escrevê-lo depois de ver o que está acontecendo na Receita Federal. O final é o mesmo, e como já adiantou o Mantega, é tudo balela.

A mão do governo está em todas as sujeiras, mas nada acontece com estes vagabundos. Vamos aos fatos.

Em 2004 veio a público uma denúncia do médico oncologista Daniel Tabak. Ele comandava o Centro de Transplante de medula óssea (Cemo), do Instituto Nacional do Câncer (Inca), e é ainda hoje considerado um dos maiores especialistas no assunto. Segundo Tabak, a prática de loteamento político estaria sendo adotada no Inca. A denúncia criou tanto constrangimento no governo que culminou com o pedido de exoneração do então diretor-geral do hospital, Jamil Haddad. Na segunda-feira 19, foi a vez do próprio Tabak entregar sua carta de demissão.

Motivo: segundo ele, ingerência política.

Trata-se do fura fila da medula óssea. Sim! A fila era furada atendendo a pedidos de políticos. “Os pacientes ficam angustiados, e o que vou dizer? Que é preciso ter, entre as prioridades da família do doente, um parlamentar influente para ajudar?”, ironizou o médico, que entregou seu pedido de demissão acompanhado de um documento de 12 páginas no qual lista todos os problemas enfrentados pelo Cemo.

Adivinhem quem era o diretor-geral do Inca na época? Não advinharam? Pois bem, eu digo:
José Gomes Temporão, o nosso atual Ministro da Saúde.

Segundo Tabak denunciou, o próprio diretor-geral do Inca, José Gomes Temporão, estava ciente dos problemas desde outubro de 2003, mas nenhuma providência teria sido tomada. Ainda segundo reportagens realizadas na época, além de não confirmarem as denúncias, o diretor-geral do Inca, José Gomes Temporão, e o diretor do Departamento de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Arthur Chioro, ainda levantaram suspeitas sobre Tabak.

Conhecem esta manobra? Colocam em dúvida o denunciante, o desqualificam e ignoram a denúncia!

A denúncia de Tabak incluia nomes importantes do cenário político, incluindo o vice-presidente da República José Alencar:
"Em documento entregue ao Ministério da Saúde, Tabak disse ter havido pressão do vice-presidente José Alencar e de dois deputados federais. A chefia do gabinete da vice-presidência da República negou que tenha havido qualquer pedido do órgão para que beneficiar pessoas na fila de pacientes de câncer do Inca."
Como podemos ver agora nos casos recentes envolvendo o governo, tudo foi veementemente negado. Nada teria ocorrido. Até que a sindicância apurou o seguinte:
A investigação apontou ainda indícios de que clínicas particulares teriam feito transplantes de medula óssea sem conhecimento e autorização do ministério.

Isso levou Humberto Costa a solicitar ao Ministério da Justiça a abertura de inquérito pela Polícia Federal para apurar a atuação das clínicas. "Vamos abrir a caixa-preta que era o transplante de medula óssea no Brasil. Acho que não haverá desmoralização do sistema. Pelo contrário, estamos moralizando o setor", disse.
Em um caso analisado, de uma paciente do interior de São Paulo portadora de leucemia, a comissão aponta tratamento diferenciado do coordenador do sistema de transplantes. Diogo Mendes, via e-mails, solicitou informações diretamente a Iracema Salatiel, sem passar pela direção do Inca.

Também determinou a pesquisa, em bancos internacionais de doadores, de medula compatível para a paciente, passando-a na frente de outros que estavam na fila dos exames.

Segundo Daniel Tabak, em uma reunião, Mendes chegou a citar que estava solicitando as informações por "determinação direta do presidente da República em exercício [José Alencar]". À comissão de sindicância, Mendes confirma as palavras, mas diz que foram descontextualizadas.

Mais uma vez, podemos perceber que as instituições "democráticas" estão a serviço de meia dúzia de vagabundos. Agora pergunto:

Você sabe quais foram os resultados das investigações e as punições aplicadas aos crimes cometidos?

Obviamente não sabe! Se é que houve investigações, elas foram abafadas, ignoradas e simplesmente morreram no meio de tantas outras denúncias. Mas, podemos perceber que algumas pessoas, como por exemplo, José Gomes Temporão, que blindou os envolvidos, tornou-se - coincidentemente - Ministro da Saúde!

Este é o prêmio para quem trabalha para que a impunidade se estabeleça. O Brasil funciona assim, e estamos assistindo diariamente, mais uma vez apáticos, o que acontece no Senado. A existência de tropas de choque, que antigamente agiam na escuridão, hoje, funcionam tranquilamente sob a luz do sol, diante da nossa cara, escancaradamente.

Em resumo, José Alencar solicitou furar a fila para um funcionário do Ministério da Saúde - Diogo Mendes - que atendeu prontamente, passando por cima de leis e normas, usando sistemas internacionais para beneficiar um paciente que precisa de medula. Foram denunciados. O denunciante perdeu o cargo, os denunciados ficaram impunes, e o líder da tropa de choque, hoje é Ministro da Saúde!

Com essa quadrilha tão bem ajustada, de nada adianta querer mudar. O próprio Ministro da Saúde Humberto Costa - que deixou o governo após outras denuncias e prisões na sua pasta - admitiu a existência de clínicas que faziam o transplantes sem estarem credenciadas e nada aconteceu a nenhuma delas, porque o montante que gira este sistema não é pouco, e os envolvidos são pessoas graúdas, renomadas e respeitadas como Roger Abdelmassih.

Na época, uma grande revista de circulação nacional publicou cópias dos e-mails referidos, mas estranhamente, eles não estão mais na internet. Mas é possível achar alguns fragmentos desta história pelo google.

Avete capito?

1 commenti:

Stenio Guilherme Vernasque da Silva ha detto...

amigo!
Em primeiro lugar: PARABÉNS pelo excelente espaço!
Em segundo lugar, sou médico e sei bem do que falas.
Tenho muito medo até de tocar neste assunto, mesmo estando longe dos focos.
Mas acho, que sem escrúpulos , ninguém está a salvo!
Assunto delicadíssimo, mas se vc está bem protegido aí no 1º mundo.
É ISSO aí : bota a boca no trombone.
Estou divulgando seu site, seus víseos da página inicial.
Novamente parabéns pelo site!
Grande abraço!

Paulinho - 10 anos

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Documentário H.O.T. - Human Organ Traffic


Depoimentos na CPI do tráfico de órgãos comprovam: Ministério Público Federal protege traficante de órgãos.

 

Reportagem da Band TV sobre CPI do tráfico de órgãos: Médicos renomados vendem órgãos a 50 mil dólares.

 

Exumação de Paulinho: Delegado Federal que apurou o caso sorri.

 

Assessora de imprensa do Ministério da Saúde (José Serra), se nega a desmentir falsas informações distribuídas pelos transplantistas.

 

Reportagem do Fantástico revela crimes nos transplantes. Rede Globo aceita silenciar para que médicos renomados não fossem punidos.

 

Agricultor denuncia: O médico que matou Paulinho exigia doações para fazer transplantes, e fazia internações falsas fraudando o SUS.

 

... e confirma durante a CPI. Mas nada mudou depois da CPI porque o Procurador Geral da República se nega a dar andamento nas investigações.

 

O homicídio não foi o bastante. O hospital praticou estelionato e extorsão cobrando materiais e procedimentos que nunca foram utilizados.

 

CASO TAUBATÉ

 

Promotor revela: Transplantistas usavam médium para convencer família a doarem os órgãos de pacientes vivos.

 

Enfermeira que participava de transplantes conta como médicos matavam seus pacientes para a retirada de rins.

EM OUTROS PAÍSES

A couple claims a hospital killed their 18-year-old son to harvest his internal organs. Maggie Rodriguez reports.
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Veja todas os posts e as informaçoes sobre o documentario realizado em Roma, que aborda o assunto trafico de orgaos e que a imprensa brasileira nao quer divulgar. O documentário produzido pela Lupin films (Italia) tem a minha participação e ganhou o festival internacional de cinema em Roma Clique aqui.

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Paulo Pavesi
Gerente de Sistemas, há 10 anos luta contra a Máfia do Tráfico de Órgãos de Minas Gerais. Agora sob proteção internacional do Governo Italiano através de asilo humanitário concedido em 17 de Setembro de 2008
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