mercoledì 27 dicembre 2006

Turismo brasileiro quer boicotar um filme


O título diz tudo. Os militantes do partido do dólar na cueca estão tensos com a possibilidade da estréia do filme que retrata - com exagero é verdade - o que é o Brasil.
O exagero não está na história apresentada que de fato é perfeitamente real. O problema está nos elementos que compõem o filme. Os maiores pecados continuam sendo a geografia, a língua e o suposto atraso do Brasil em relação ao resto do mundo.
Um ônibus antigo cuja frente tem o formato de um caminhão sugere que o Brasil é um país ainda atrasado como Cuba. E não é. Ou pelo menos ainda não. O nosso presidente vem se esforçando muito para isso, mas ainda não conseguiu chegar neste nível. É bem verdade também que no Brasil não se fala o espanhol, como os personagens do filme. Aqui mal se fala o português. E para arrematar, o Rio de Janeiro está bem longe da nossa Amazônia, que a bem da verdade, também já não é mais nossa.
O Brasil é o país onde tudo pode virar uma piada. Desde as coisas mais banais, até as mais bizarras. Tudo aqui é motivo de risos. Nos aeroportos, os brasileiros já improvisaram um nariz de palhaço, enquanto aguardam por alguns dias a chegada de um Objeto Voador Não Identificado (AVIÕES), para que as coisas fiquem mais alegres durante os protestos.
Se você não está no Brasil, ou acompanha as notícias somente pelos canais do governo, talvez não saiba a que protestos me refiro. Sem problemas! Eu explico.
O nosso sistema de controle aéreo (referência mundial em se falando de controle de tráfego de aeronaves) está míope. Descobrimos através de uma tragédia que muitos dos aviões que estávamos controlando no espaço aéreo, na verdade eram apenas alguns urubus em busca de comida. Por isso a dificuldade em fazer com que eles (os urubus) cumprissem seus planos de vôo. Já as aeronaves, que agora andam em bando para não se perderem, ficaram sem controle. Isso obviamente não está no filme, pois o mesmo retrata o horror e não a comédia.
Outro fato que não está no filme, é a apunhalada que o deputado federal Antônio Carlos Magalhães Neto levou pelas costas. Afinal, não seria de bom tom mostrar uma brasileira sendo presa por apunhalar um deputado, já que todos os brasileiros foram apunhalaram pelas costas pelos deputados e ninguém foi preso.
O tráfico de órgãos que o filme revela, já divulgado em diversos documentos pela pesquisadora Nancy-Sheper Hugues - presidente e uma das fundadoras da Organs Watch, talvez seja o ponto mais incômodo para os brasileiros. É que no Brasil, assim como o controle de tráfego aéreo, os transplantes são “reconhecidos mundialmente pela sua excelência” e não seria também de bom tom, jogar anos de trabalhos no lixo. É bem verdade que segundo auditoria realizada pelo tribunal de contas da união, sequer existe a fila única e democrática tão falada e divulgada, que abre um enorme espaço para que órgãos sejam desviados o tempo todo. Isso sem falar nos médicos processados por assassinarem potenciais doadores de órgãos, retirando-lhes órgãos vitais quando ainda estavam vivos para abastecerem suas clínicas particulares. Também é verdade que os médicos processados não foram condenados, pois o processo já está na justiça aguardando julgamento há pelo menos 20 anos.
Isto é só um blog, e por isso não devo me aprofundar em detalhes, até porque o filme passaria a ser brincadeira de criança, perto da nossa realidade.
Nós, brasileiros, não queremos parecer a fossa do mundo, embora estejamos todos cheirando a fezes. Queremos sim muito carnaval, mulher pelada, praia ensolarada salve salve, música popular brasileira, futebol, feriados prolongados, sombra e água fresca.
Queremos que o Brasil seja um país melhor, desde que para isso não conte com a nossa ajuda. Queremos um tapete persa bem grande para varrer as nossas sujeiras para debaixo dele. Nós queremos contar para o mundo que vivemos em uma democracia onde as urnas eletrônicas elegeram o nosso presidente para mais um mandato, sem que registrássemos estes votos. Nós queremos ser o país cuja democracia é capaz de colocar no poder um homem simples e de pouco estudo, que lutava contra a corrupção e demonstrou ser o centro dela.
Nós apoiamos os dólares na cueca, os desfalques com as ambulâncias, e a roubalheira nos hemoderivados. Torcemos para que um sem terra invada o nosso quintal e arme o acampamento da “luta social”, regada a maconha e tiroteio. Nós queremos igualar os assassinatos de civis nas ruas brasileiras com o número de soldados americanos mortos no Iraque, e tudo sem que ninguém seja punido por isso.
Nós queremos o “bolsa família” para vivermos com R$ 45,00 sem que seja necessário trabalhar. Afinal, o Brasil é lindo demais para se ficar trancado em um escritoriozinho qualquer.
Nós desejamos o aumento de 91% nos salários das autoridades e deputados brasileiros enquanto o salário mínimo é reajustado em alguns reais. Queremos as balas perdidas, que geralmente são encontradas enterradas na cabeça de alguma criança que estava no local errado na hora errada quando o traficante a disparou.
Nós queremos é ver o presidente em sua festa de posse do novo mandato, cujos gastos superam a cifra de um milhão de reais. Dinheiro nosso, fruto de muito trabalho, para que ele continue mais quatro anos sem saber a origem e quem roubou o dinheiro que está sendo usado para pagar suas dívidas pessoais.
Quer saber?
Eu vou apoiar o boicote. Não quero que o mundo pense que estamos tão bem como está sendo retratado no filme, principalmente quando comparamos este insignificante trash, com a nossa realidade.
Aproveitando o texto contribuo para o marketing do meu país. Não percam a festa de Lula. A programação cultural está imperdível com o melhor da música brasileira: Leci Brandão, o grupo Oludum, a banda Sudundum, Geraldo Azevedo, José Mulato e Cassiano, Renato Matos e Célia Porto. Cultura assim aos montes, não se vê todos os dias.

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Paulinho - 10 anos

Paulinho - 10 anos

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George Orwell

Assista aos vídeos

Documentário H.O.T. - Human Organ Traffic


Depoimentos na CPI do tráfico de órgãos comprovam: Ministério Público Federal protege traficante de órgãos.

 

Reportagem da Band TV sobre CPI do tráfico de órgãos: Médicos renomados vendem órgãos a 50 mil dólares.

 

Exumação de Paulinho: Delegado Federal que apurou o caso sorri.

 

Assessora de imprensa do Ministério da Saúde (José Serra), se nega a desmentir falsas informações distribuídas pelos transplantistas.

 

Reportagem do Fantástico revela crimes nos transplantes. Rede Globo aceita silenciar para que médicos renomados não fossem punidos.

 

Agricultor denuncia: O médico que matou Paulinho exigia doações para fazer transplantes, e fazia internações falsas fraudando o SUS.

 

... e confirma durante a CPI. Mas nada mudou depois da CPI porque o Procurador Geral da República se nega a dar andamento nas investigações.

 

O homicídio não foi o bastante. O hospital praticou estelionato e extorsão cobrando materiais e procedimentos que nunca foram utilizados.

 

CASO TAUBATÉ

 

Promotor revela: Transplantistas usavam médium para convencer família a doarem os órgãos de pacientes vivos.

 

Enfermeira que participava de transplantes conta como médicos matavam seus pacientes para a retirada de rins.

EM OUTROS PAÍSES

A couple claims a hospital killed their 18-year-old son to harvest his internal organs. Maggie Rodriguez reports.
Watch CBS Videos Online

Assista o documentario HOT

Veja todas os posts e as informaçoes sobre o documentario realizado em Roma, que aborda o assunto trafico de orgaos e que a imprensa brasileira nao quer divulgar. O documentário produzido pela Lupin films (Italia) tem a minha participação e ganhou o festival internacional de cinema em Roma Clique aqui.

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Paulo Pavesi
Gerente de Sistemas, há 10 anos luta contra a Máfia do Tráfico de Órgãos de Minas Gerais. Agora sob proteção internacional do Governo Italiano através de asilo humanitário concedido em 17 de Setembro de 2008
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