De onde afinal vem o exemplo?
Traficantes do Rio de Janeiro deram uma demonstração de igualdade de direitos na semana passada, quando assaltaram o carro que conduzia a pessoa mais poderosa da justiça brasileira.
Em missão oficial, a Ministra e presidente do Supremo Tribunal Federal Ellen Grace Northfleet, atravessava a linha vermelha quando um bando de traficantes decidiu assaltar a comitiva. Indiferente à patentes e títulos, o bando cumpriu a constituição federal à risca: assaltou a ministra - cumprindo com a mais pura fidelidade, o que determina a constituição.
Segundo as leis brasileiras, todos os cidadãos são iguais perante à lei. E na falta dela também.
Sendo assim, não haveria ali qualquer manobra jurídica, nem qualquer recurso que pudesse engavetar o assalto como acontece com alguns processos judiciais específicos. Afinal, muitos brasileiros são assaltados naquela via e não seria justo que traficantes fizessem uma triagem, ou ainda usassem a influência política para selecionar suas vítimas. Todos somos iguais perante a lei, e na falta dela também.
Como cidadãos cumpridores de seus deveres, os traficantes impediram que a comitiva prosseguisse, confiscando o veículo no qual a ministra viajava pela cidade carioca.
Para a imprensa, a Ministra disse que não achou o assalto um absurdo, pois isso poderia acontecer em qualquer lugar do país. Olhando para os assaltos que ocorrem em Brasília à luz do dia e das câmeras de tv, e o que se transporta atualmente pelas cuecas impunes em aeroportos brasileiros, de fato o prejuízo não foi tão grande. Aliás, levar o carro da comitiva foi coisa de amador, perto do que a Ministra tem observado atentamente em silêncio.
Os responsáveis pela segurança pública do Rio de Janeiro, concluíram que a falha foi da segurança da Ministra, que parecia estar apreciando a paisagem e não perceberam a aproximação dos traficantes. Já a segurança, acusada injustamente, transfere a culpa para a comitiva da Ministra que abriu mão da escolta da Polícia Federal a que tem direito.
Para que o fato não se repita, as autoridades envolvidas reuniram-se e em poucos minutos apresentaram a solução: Daqui por diante, a comitiva não atravessa mais a linha vermelha sem escolta da Polícia Federal.
Tal escolta não pode ser solicitada por qualquer brasileiro, que deve contar com a própria sorte. Desta forma, a Ministra recebeu um benefício que deveria ser extendido à todos os brasileiros, pois como bem sabem os traficantes, todos são iguais perante à lei, e na falta dela também.
Repare que em nenhum momento, qualquer autoridade que acompanhou o caso e teve poder para tomar uma atitude, determinou que a violência fosse extinta em definitivo. Preocuparam-se apenas em garantir a segurança futura da Ministra, para que você e eu possamos ser assaltados com tranquilidade, sem incomodar a "justiça".
Na prática, podemos dizer que o exemplo dado pelos traficantes deve servir como base para a educação dos nossos filhos. A Ministra foi assaltada como todo cidadão também é, e mesmo com o fato de ocupar um importante cargo público, nenhum privilégio lhe foi dado. Saiu da cena do crime à pé. Já o exemplo dado pelas autoridades, deve ser sempre repudiada, pois a atitude tomada visava o benefício de uma cidadã que não é e nem pode ser melhor do que eu, ou melhor que você, jogando no lixo o artigo constitucional que garante: Todos são iguais perante a lei, e na falta dela também.
A imprensa perguntou a um político muito próximo do poder executivo em Brasília, o que achava do fato de os traficantes não serem impedidos de cometerem tais crimes que atingem a todos os cidadãos. Acostumado a lidar com estas sinucas, e parecendo estar ainda em rítmo de campanha, o político respondeu:
"Deixa os homens trabalhar!!"
Paulinho - 10 anos
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Documentário H.O.T. - Human Organ Traffic
Depoimentos na CPI do tráfico de órgãos comprovam: Ministério Público Federal protege traficante de órgãos.
Reportagem da Band TV sobre CPI do tráfico de órgãos: Médicos renomados vendem órgãos a 50 mil dólares.
Exumação de Paulinho: Delegado Federal que apurou o caso sorri.
Assessora de imprensa do Ministério da Saúde (José Serra), se nega a desmentir falsas informações distribuídas pelos transplantistas.
Reportagem do Fantástico revela crimes nos transplantes. Rede Globo aceita silenciar para que médicos renomados não fossem punidos.
Agricultor denuncia: O médico que matou Paulinho exigia doações para fazer transplantes, e fazia internações falsas fraudando o SUS.
... e confirma durante a CPI. Mas nada mudou depois da CPI porque o Procurador Geral da República se nega a dar andamento nas investigações.
O homicídio não foi o bastante. O hospital praticou estelionato e extorsão cobrando materiais e procedimentos que nunca foram utilizados.
CASO TAUBATÉ
Promotor revela: Transplantistas usavam médium para convencer família a doarem os órgãos de pacientes vivos.
Enfermeira que participava de transplantes conta como médicos matavam seus pacientes para a retirada de rins.
EM OUTROS PAÍSES
A couple claims a hospital killed their 18-year-old son to harvest his internal organs. Maggie Rodriguez reports.
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- Gerente de Sistemas, há 10 anos luta contra a Máfia do Tráfico de Órgãos de Minas Gerais. Agora sob proteção internacional do Governo Italiano através de asilo humanitário concedido em 17 de Setembro de 2008
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