lunedì 18 dicembre 2006

A imprensa é necessária hoje em dia?

Antes do surgimento da internet, a imprensa funcionava como um fiscal do povo. As informações eram levadas ao público através de canais específicos. Cada canal com a sua versão é bem verdade.

Logo, os políticos brasileiros sentiram a importância da imprensa, e passaram a fazer parte - através de laranjas, do quadro societário de diversos órgãos da imprensa. Desta forma, por vários anos, fomos obrigados a aceitar o que nos empurravam. Tudo parecia sempre funcionar perfeitamente e as notícias tinham sempre o peso de uma verdade. Primeiro porque não havia o outro lado, e segundo, os eficientes e bem produzidos materiais jornalísticos, eram convencincentes.

A existência de jornalistas investigativos, era o termômetro de que a imprensa era confiável, pelo menos diante dos nossos olhos.

A ditadura acabou e a imprensa tornou-se livre. Centenas de jornalistas surgiram ditando a nova ordem, e da mesma forma que vieram, se foram. Alguns vestiram de vez a camisa da política e passaram a ocupar cargos públicos. Um exemplo conhecido é o deputado federal Roberto Jeférson, que atuava em um programa popular chamado "o povo na tv", tornando-se anos depois o pivôt de uma das maiores histórias de denúncia de corrupção na política brasileira, delatando atitudes podres do poder, e o poder dos podres.

Até que veio a internet e tudo foi por água abaixo. Os brasileiros descobriram que podiam publicar fatos, narrados sem compromisso, sem rabo preso, e sem preocupação até mesmo com a verdade. Hoje, basta navegar pelas comunidades do Orkut para ler histórias reais contadas pelos seus protagonistas, cheias de emoção, de verdades e muitas vezes de mentiras.

Embora muitos não aceitem esta teoria, a bíblia foi escrita assim. Como um Orkut real. Os apóstolos andavam pelas comunidades à pé, arrebatando milhares de ouvintes. Lá, contavam e ouviam histórias. As palavras eram escolhidas e não vomitadas como são hoje. Com isso, uma história simples de um bebê que nasceu num estábulo, ganhou proporções que hoje, seria impossível - graças a internet.

Os apóstulos deixavam para trás, dezenas de pequenos contos que deixavam os populares maravilhados, que sem internet e sem a imprensa não podiam checar a veracidade. Da mesma forma, acresciam em seus repertórios, histórias que com um pouco de imaginação ganhavam novas dimensões e chegavam aos ouvidos de outras comunidades.

A internet exterminou o jornalismo investigativo. Hoje são tantas as informações que chegam às redações de tvs e jornais, que muitas nem chegam a ser divulgadas, porque um produtor ou editor decide que elas não são importantes. Importantes para dar ibope. O compromisso da imprensa atual é com o Ibope, e com grupos de interesses.

Não se usa o título "PCC", substituído pela desprezível qualificação de "crime organizado". A pedido da segurança pública, o nome "PCC" está excluído para que não se valorize esta facção.
A GloboNews exibiu hoje um programa sobre a internet e a imprensa, impulsionados pelo fato de nós - os internautas - ganharmos o prêmio de "personalidade do ano". E o que acabo de escrever foi comprovado.

Seria obrigação de um programa que pretende discutir um assunto, colocar os dois lados da moeda, que neste caso seria um jornalista e um internauta. A imprensa decidiu no entanto colocar 3 jornalistas, contando com a apresentadora.

A todo momento, os 3 participantes destacavam o "perigo" dos boatos que circulam pela internet. Como se tudo o que é levado ao ar pelas tvs fosse verdade. Basta lembrar que no último ano, a Revista Veja - de maior circulação no país - foi taxada de sensacionalista e partidária, e nesta revista não há a uma só palavra de um internauta. Todos são jornalistas.

Eu confio na Revista Veja, mas não abro mão de ler as "mentiras" dos internautas. A internet nos ensinou a saber classificar o que é verdade ou não. Algumas histórias - embora verdadeiras - são exageradas. Outras são contadas de forma simples que parecem até mentira, e no entanto podem ser compradas item por item.

As informações que chegam na minha tv são editadas. Os textos dos internautas não.

Na tv, os políticos que roubam são "suspeitos". Nos textos dos internautas, são "ladrões".

Já chequei informações distribuídas pela imprensa e descobri que eram mentiras. Também sempre checo as informações dos internautas, e a grande maioria é verdade.

Em um dado momento, os jornalistas começaram a afirmar que o preocupante no caso da internet é a quantidade de informações que chega à cada computador neste país, sem uma pré seleção do que é MAIS importante ou MENOS importante.

Eu pensei então em fazer uma pergunta aos jornalistas. Não foi preciso muito esforço para elaborá-la: "Quem determina o que é importante para mim? Por acaso é a imprensa?"

Entrei no site da GloboNews, procurei um número de telefone em que eu pudesse participar do debate e descobri que não seria possível obter a resposta, pois diferente dos internautas, os jornalistas não abrem canais diretos sem que haja censura. As mensagens enviadas às redações passam por uma peneira.

No caso deste programa, as mensagens de preocupação com as mentiras divulgadas na rede eram diversas. Prefiro acreditar que as mensagens de preocupação com as mentiras divulgadas na rede, foram na verdade escolhidas a dedo dentro tantas outras.

A minha conclusão foi a confirmação de que hoje eu prefiro ler 300 informações escritas de qualquer forma e divulgadas pela internet do que uma única divulgada pela imprensa. Internautas não se preocupam se suas concessões de tv serão renovadas, e nem recebem dinheiro para falar bem do governo. E só este motivo já me basta.

Eu não assisto mais aos jornais das tvs abertas, mas não me desconecto da internet.

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Paulinho - 10 anos

Paulinho - 10 anos

A verdade acima de tudo

"Jornalismo é publicar o que alguém não quer que seja publicado. Todo o resto é publicidade"

George Orwell

Assista aos vídeos

Documentário H.O.T. - Human Organ Traffic


Depoimentos na CPI do tráfico de órgãos comprovam: Ministério Público Federal protege traficante de órgãos.

 

Reportagem da Band TV sobre CPI do tráfico de órgãos: Médicos renomados vendem órgãos a 50 mil dólares.

 

Exumação de Paulinho: Delegado Federal que apurou o caso sorri.

 

Assessora de imprensa do Ministério da Saúde (José Serra), se nega a desmentir falsas informações distribuídas pelos transplantistas.

 

Reportagem do Fantástico revela crimes nos transplantes. Rede Globo aceita silenciar para que médicos renomados não fossem punidos.

 

Agricultor denuncia: O médico que matou Paulinho exigia doações para fazer transplantes, e fazia internações falsas fraudando o SUS.

 

... e confirma durante a CPI. Mas nada mudou depois da CPI porque o Procurador Geral da República se nega a dar andamento nas investigações.

 

O homicídio não foi o bastante. O hospital praticou estelionato e extorsão cobrando materiais e procedimentos que nunca foram utilizados.

 

CASO TAUBATÉ

 

Promotor revela: Transplantistas usavam médium para convencer família a doarem os órgãos de pacientes vivos.

 

Enfermeira que participava de transplantes conta como médicos matavam seus pacientes para a retirada de rins.

EM OUTROS PAÍSES

A couple claims a hospital killed their 18-year-old son to harvest his internal organs. Maggie Rodriguez reports.
Watch CBS Videos Online

Assista o documentario HOT

Veja todas os posts e as informaçoes sobre o documentario realizado em Roma, que aborda o assunto trafico de orgaos e que a imprensa brasileira nao quer divulgar. O documentário produzido pela Lupin films (Italia) tem a minha participação e ganhou o festival internacional de cinema em Roma Clique aqui.

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Paulo Pavesi
Gerente de Sistemas, há 10 anos luta contra a Máfia do Tráfico de Órgãos de Minas Gerais. Agora sob proteção internacional do Governo Italiano através de asilo humanitário concedido em 17 de Setembro de 2008
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