Por que demorou tanto?
Primeiro, sabe-se que nossa memória é bem menos confiável do que imaginamos e pode ser profundamente influenciada por eventos ocorridos quando a memória é formada e pela maneira como ela é recuperada.Segundo: nosso respeito, beirando a submissão, por autoridades.O terceiro problema é o desejo de agradar e de pertencer. A maioria das pessoas não gosta de ser do contra, de decepcionar os outros. É frequente que testemunhas digam o que acreditam que o interlocutor quer ouvir — ainda mais quando esse interlocutor é um representante do Judiciário.Finalmente, damos grande valor a um testemunho ocular. Se alguém lhe disser, com convicção, que viu fulano fazendo isso ou aquilo, provavelmente você acreditará. Acreditamos na bondade e na acuidade alheias.Junte esses quatro fatores e veja como é difícil a absolvição de um réu quando a Promotoria está convencida da sua culpa e tem testemunhas para confirmar sua história.
Hoje a história se repete com o dr. Roger Abdelmassih. Dezenas de testemunhas atestando os abusos sexuais do médico. O mesmo furor. Capas de jornais e revistas, matérias na TV: um escroque de última categoria. O Judiciário vai mais longe e o coloca em prisão preventiva. O conselho de medicina suspende sua licença.
Acredito que os picaretas, pulhas e psicopatas são distribuídos aleatoriamente dentre todas as profissões. Não conheço as supostas vítimas, mas seria improvável que tantas mulheres acusassem um homem de um mesmo crime sem ter razão para isso.Por outro lado, tampouco me surpreenderia se o dr. Abdelmassih fosse inocente. As 56 acusadoras não são nem 0,2% das pacientes que ele atendeu. Se fosse o predador sexual que pintam, imagino que o número de vítimas seria maior. Também é estranho que tenham demorado tantos anos para acusá-lo e tenham prosseguido o tratamento depois do abuso.Mas por que essas mulheres viriam agora a público se fosse tudo mentira?É possível que algumas tenham falsas memórias, que outras sejam aproveitadoras e que outras tenham sido estimuladas por promotores sôfregos. É improvável. Mas é possível.
A mídia deveria tratá-lo como réu, não como condenado. O lugar de seu julgamento é um tribunal, não a praça pública. O Estado foi criado para garantir o usufruto das liberdades individuais.
Paulinho - 10 anos
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Documentário H.O.T. - Human Organ Traffic
Depoimentos na CPI do tráfico de órgãos comprovam: Ministério Público Federal protege traficante de órgãos.
Reportagem da Band TV sobre CPI do tráfico de órgãos: Médicos renomados vendem órgãos a 50 mil dólares.
Exumação de Paulinho: Delegado Federal que apurou o caso sorri.
Assessora de imprensa do Ministério da Saúde (José Serra), se nega a desmentir falsas informações distribuídas pelos transplantistas.
Reportagem do Fantástico revela crimes nos transplantes. Rede Globo aceita silenciar para que médicos renomados não fossem punidos.
Agricultor denuncia: O médico que matou Paulinho exigia doações para fazer transplantes, e fazia internações falsas fraudando o SUS.
... e confirma durante a CPI. Mas nada mudou depois da CPI porque o Procurador Geral da República se nega a dar andamento nas investigações.
O homicídio não foi o bastante. O hospital praticou estelionato e extorsão cobrando materiais e procedimentos que nunca foram utilizados.
CASO TAUBATÉ
Promotor revela: Transplantistas usavam médium para convencer família a doarem os órgãos de pacientes vivos.
Enfermeira que participava de transplantes conta como médicos matavam seus pacientes para a retirada de rins.
EM OUTROS PAÍSES
A couple claims a hospital killed their 18-year-old son to harvest his internal organs. Maggie Rodriguez reports.
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- Paulo Pavesi
- Gerente de Sistemas, há 10 anos luta contra a Máfia do Tráfico de Órgãos de Minas Gerais. Agora sob proteção internacional do Governo Italiano através de asilo humanitário concedido em 17 de Setembro de 2008
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1 commenti:
Nossa amigo !
Excelemte texto.
Peço licença para reproduzílo em meu blog médico!
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