lunedì 5 febbraio 2007
Iniciativa Popular?
14:57 | 
Pubblicato da
Paulo Pavesi |
Não bastasse as fartas indenizações aos anistiados políticos, por terem levado o Brasil para o buraco onde se encontra, agora é a vez de anistiarmos um chefe de quadrilha.
Não é exagero. Segundo o Procurador Geral da República, o petista José Dirceu é o chefe da quadrilha. Eu particularmente discordo. O chefe é na verdade o maior beneficiado com toda a corrupção petista, e neste caso cada um conclui como desejar.
O fato é que para Dirceu ser anistiado, basta apresentar uma lista com 1,5 milhões de assinaturas populares. Uma vez feito isso, Dirceu estará anistiado. Posso apostar minha vida que ele conseguirá.
Ao contrário de Cleyde Prado Maia, mãe de Gabriela assassinada no metrô do Rio de Janeiro e que lutou árduos 10 meses para obter tais assinaturas, Dirceu não precisará de muito esforço. Ele é um homem popular e a base do partido dos trabalhadores que protestou no passado pela ética e hoje protesta pelo poder a qualquer preço, é bastante suficiente para atingir esta meta em poucas horas. Basta um comando socialista e os companheiros estarão com uma caneta em mãos para abençoar Dirceu.
Cleyde ao contrário de Dirceu, buscou apoio sem possuir uma base política e sem ser conhecida nacionalmente ou com a mesma popularidade de Dirceu.
Cleyde não fez conchavos e nem reuniões obscuras no palácio do planalto, e nem ocupou cargos no governo Lula.
Cleyde fez melhor. Fez Gabriela e por ela apenas seguiu o calvário comum à cidadãos de bem, calvário aliás que durou 3 anos e promete durar mais alguns. Com a alma limpa e a certeza de estar beneficiando muitos milhões de brasileiros, os pais de Gabriela lutaram e lutam de forma incansável, para acabar com as facilidades que criminosos têm de se safarem das punições.
No dia 8 de março de 2006, os pais de Gabriela foram à Brasília levar as assinaturas colhidas por todo o país e as entregaram aos presidentes da câmara e do senado, Aldo Rebelo e Renan Calheiros respectivamente. No momento da entrega, as esperançosas palavras de apoio pareciam abençoar o trabalho árduo deste pais:
"Vou tocar um calendário especialíssimo para que essas mudanças aconteçam", disse Calheiros.
"Creio que o plenário decidirá de acordo com a esperança e com a expectativa da sociedade", afirmou Aldo.
Parecia o fim de mais uma batalha - desta vez vitoriosa - pela vida. Não fosse uma informação divulgada um dia após o evento: Cleyde foi supreendida com a informação de que apenas os nomes e números de RG constantes em sua luta, não eram satisfatórios para o fim desejado. Segundo a lei, os nomes devem acompanhar o número do título de eleitor e endereço. Desde que entrou em vigor a constituição de 1988, nenhuma iniciativa popular conseguiu atingir estas exigências.
Evidentemente que os obstáculos colocados em prática tinham o objetivo de invalidar todo o trabalho que beneficiaria o povo de bem deste país de 3o mundo. Um passo a frente na evolução das nossas leis, cuja iniciativa deveria pertencer aos deputados e não a um casal movido pela dor da perda.
Cleyde e Santiago não se abatem e seguem em frente. Mobilizando a todos que encontram pela frente com uma energia jamais vista neste país. E não é para proteger a Gabriela, pois para ela não há mais esperança, mas para proteger os nossos filhos que ainda estão vivos.
Dirceu busca um benefício individual, do qual nenhum brasileiro será beneficiado. Apenas ele.
É muito difícil perceber que o nosso país está privilegiando a anistia de um chefe de quadrilha em detrimento da sociedade e calando milhões de assinaturas que buscam justamente o contrário: a punição de criminosos. E pior ainda é saber que as chances de Dirceu ser anistiado é infinitas vezes superior ao esforço destes pais.
Ao menos nos resta uma lição. Gabriela não está entre nós e infelizmente graças a ela poderemos ter leis melhores. Conclui portanto que não é preciso estar vivo para ser melhor que José Dirceu.
Viva Gabriela! Viva Cleyde e Santiago. Nós precisamos de vocês, portanto vivam!
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